ANÁLISE MORFOFISIOLÓGICA DO CICLO MENSTRUAL – O CICLO MENSTRUAL E SUAS IMPLICAÇÕES NA VIDA DA MULHER
Por Ely Vieira
Símbolo de virilidade, vida, frustração e estresse, a menstruação é definida como um sangramento periódico e cíclico em que ocorre a perda do endométrio proliferativo acompanhado de perda de sangue. Para a escritora e jornalista Marina Colasanti é algo bonito, como expressa na primeira estrofe no poema "Eu sou uma mulher":
"Eu sou uma mulher
Que sempre achou bonito
Menstruar.
Pois há um sangue
Que corre para a Morte.
E o nosso
Que se entrega para a Lua."
A poetisa Jamila Mafra, contudo, não compartilha do mesmo encantamento:
"Ela chega todo mês
E me mancha de vermelho,
Causa dor no abdômen
E me deixa em desespero".
Apesar de iniciar-se na puberdade, a menstruação está intrinsecamente relacionada a eventos da vida fetal e, ainda, com a nossa adeno-hipófise.
Entre o segundo e o sétimo mês do desenvolvimento intrauterino, uma menina chega a ter 7 milhões de ovogônias, células germinativas que originam os gametas femininos. Muitas dessas ovogônias morrem, as demais crescem sem divisão celular originando ovócitos I, os quais têm esse crescimento interrompido na Prófase I da meiose I, mais especificamente na subfase diplóteno. A essas alturas alguém pode estar se perguntando: o que tem a ver a ovulogênese na fase fetal do indivíduo feminino com o ciclo menstrual? E a resposta é: tudo.
A partir da menarca a adeno-hipófise, porção anterior da hipófise, secreta o hormônio folículo-estimulante, o FSH, eis, então, o primeiro dia de um ciclo menstrual. A hipófise é uma estrutura ligada ao infundíbulo e que através do túber cinéreo se conecta ao hipotálamo. O hipotálamo "é parte do diencéfalo e se dispõe nas paredes do III ventrículo, abaixo do sulco hipotalâmico, que o separa do tálamo" [MACHADO] e tem como uma de suas funções regular a liberação dos hormônios da adeno-hipófise por retroalimentação positiva ou negativa, também denominado como feedback positivo ou feedback negativo, ou seja, inibindo ou estimulando. As relações do hipotálamo com a adeno-hipófise envolvem uma conexão nervosa e outra vascular. Por meio da conexão nervosa substâncias são conduzidas através de neurônios neurossecretores situados no núcleo arqueado e áreas vizinhas do hipotálamo tuberal até às fibras do trato túbero-infundibular
e são liberadas em capilares situados na eminência mediana e na haste infundibular.
A partir de então, inicia-se a conexão vascular, a qual ocorre através do sistema porta-hipofisário, "constituído por veias interpostas entre duas redes capilares. Os hormônios liberados pelo hipotálamo na primeira dessas redes, ou seja, na eminência mediana e na haste infundibular, passam através das veias do sistema porta à segunda rede capilar situada na adeno-hipófise, onde atuam regulando a liberação dos hormônios adeno-hipofisários” [MACHADO], como é o caso do hormônio folículo-estimulante (FSH) e do hormônio luteinizante (LH), ambos secretados pela hipófise, a partir do estímulo do hormônio hipotalâmico liberador de gonadotropina (GnRH).
e são liberadas em capilares situados na eminência mediana e na haste infundibular.
A partir de então, inicia-se a conexão vascular, a qual ocorre através do sistema porta-hipofisário, "constituído por veias interpostas entre duas redes capilares. Os hormônios liberados pelo hipotálamo na primeira dessas redes, ou seja, na eminência mediana e na haste infundibular, passam através das veias do sistema porta à segunda rede capilar situada na adeno-hipófise, onde atuam regulando a liberação dos hormônios adeno-hipofisários” [MACHADO], como é o caso do hormônio folículo-estimulante (FSH) e do hormônio luteinizante (LH), ambos secretados pela hipófise, a partir do estímulo do hormônio hipotalâmico liberador de gonadotropina (GnRH).
O FSH e o LH, secretados pela adeno-hipófise, estimula as células foliculares do ovário a liberarem o hormônio estrógeno. O estrógeno estimula o ovócito I (aquele gerado ainda na vida intrauterina das meninas) a concluir a Meiose I e formar o ovócito II, enquanto inibe o FSH, e estimula o LH a determinar a ovulação do ovócito II e o corpo lúteo, esse último responsável por sintetizar e secretar estrogênios, progesterona, relaxina e inibina. Caso o ovócito II seja penetrado por um espermatozóide, termina a meiose II.
A progesterona estimula o crescimento do endométrio uterino e inibe o LH.
FSH e LH inibidos, estamos diante de uma situação de queda hormonal. O ovócito II não sendo fertilizado, o endométrio uterino, então, descama e a essa descamação denominamos "menstruação". Pronto. Estamos diante do último dia de um ciclo menstrual. A partir de então, a hipófise torna a secretar o hormônio FSH e um novo ciclo se inicia - dura aproximadamente Vinte e oito dias.
- No primeiro dia do ciclo menstrual o FSH é liberado;
- Entre o primeiro e o décimo quarto dia ocorre a fase proliferativa estrógena;
- No décimo quarto dia a mulher se encontra altamente fértil, assim como um dia antes e um dia depois, pois ocorre a ovulação;
- Entre o décimo quarto dia e o vigésimo oitavo dia ocorre a fase secretora lútea;
- E no vigésimo oitavo dia do ciclo, a menstruação.
REFERÊNCIAS:
MACHADO, Ângelo; HAERTEL, Lucia Machado. Neuroanatomia Funcional. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2014.
TORTORA, Gerard; DERRICKSON, Bryan. Anatomia e Fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
HOFFMAN, Williams et al. Ginecologia de Williams. 2. ed. Porto Alegre: artmed, 2014.
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