Existiriam diferenças entre os aspectos morfofisiológicos dos gênios e os das "pessoas comuns"?
Artistas e cientistas reconhecidos em suas áreas por suas contribuições e criatividade memoráveis costumam chamar a atenção da sociedade por suas habilidades e/ou resolução de problemas. Entretanto, pouco se estuda sobre se há diferenças neuroanatômicas ou de funcionamento neural nestas pessoas. A seguir, será discutido um pouco sobre alguns aspectos morfofisiológicos encontrados em gênios.
Após um estudo comparativo entre pessoas consideradas gênios e outras tidas como medianas, foi possível observar diferenças no fluxo sanguíneo cerebral (FSC) entre elas. Pessoas tidas como gênio apresentaram um maior fluxo sanguíneo do que pessoas de caráter médio. O estudo classificou como gênio utilizando as características acima descritas – habilidades e/ou resolução de problemas -, e, além de ser objetivo, utilizou da fenomenologia para observar aspectos subjetivos em poetas e entrevistas fenomenológicas profundas em escritores, cientistas, compositores e artistas plásticos. Em adição usaram com os voluntários do estudo uma tarefa verbal dos Testes de Torrance para Pensamento Criativo (Torrance Tests of Creative Thinking) para analisar a criatividade das pessoas, e aplicaram o conceito de criatividade segundo Margaret Boden, que dividiu em duas: a criatividade psicológica, que consiste em algo novo para o sujeito, mesmo que já tenha sido pensado antes, e a criatividade histórica, que é algo novo para o sujeito e para a sociedade e resulta de fatores como moda, guerra, economia, doenças e entre outros.
Correlacionaram o FSC com dimensões criativas como fluência, originalidade e flexibilidade. Sujeitos com uma alta performance criativa mostraram melhor atividade do FSC no giro pré-central direito, cúlmen direito, giros frontais médios direito e esquerdo, giro reto frontal direito, giro orbital frontal esquerdo e giro inferior esquerdo (Áreas de Brodmann 6, 10, 11, 47, 20), e cerebelo; confirmando a contribuição bilateral do cérebro. Estas estruturas têm estado envolvidas em cognição, emoção, memória funcional, e resposta à novidade.
O ponto em três dimensões criativas – fluência, originalidade, e flexibilidade – correlacionadas com a ativação do FSC no giro frontal médio e giro reto direito (Área de Brodmann¨, 11). Fluência e flexibilidade correlacionaram fortemente com o SFC no giro frontal inferior esquerdo e originalidade correlacionou com giro temporal superior esquerdo e a tonsila cerebelar. O Maior SFC encontrado em regiões particulares do cérebro de indivíduos altamente criativos durante o desempenho da tarefa criativa provém evidência de uma rede neural específica relacionada ao processo criativo.
O estudo também citou que indivíduos criativos tendem a superreagir a estímulos fisiológicos, e quando expostos a bloqueios eletroencefalográficos alfa prolongados, relatam choques elétricos como mais dolorosos do que indivíduos menos criativos (Martindale, 1978, Martindale et al., 1984, Martindale et al., 1996).
Um segundo estudo mostrou a importância do sistema talamocortical como importante para a construção de uma nova estrutura neural, e que este se comporta como um grupo funcional que interage consigo mesmo, após as dinâmicas da experiência consciente. Foram utilizados cálculos matemáticos, como a função de Wigner (o Algoritmo do self), para analisar as sinapses cerebrais a fim de descobrir se há alguma diferença neste processo em pessoas consideradas normais e pessoas consideradas geniais, como Albert Einstein. Por fim, analisou-se também as áreas do cérebro que respondem a determinados estímulos, como o córtex parietal para imagens motoras.
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