Transtorno Obsessivo-Compulsivo

INTRODUÇÃO:


A princípio, é de suma importância conceituar o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e apontar os motivos da escolha do grupo em tratar desse distúrbio psiquiátrico de ansiedade. Esse, por sua vez, é o quarto transtorno psiquiátrico mais recorrente no mundo - atrás apenas da depressão, fobia social e abuso de substâncias - segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e atinge cerca de 4,5 milhões de brasileiros, de acordo com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Outrossim, o TOC se caracteriza por um “pensamento recorrente”, marcado por as chamadas compulsões, que são alterações no comportamento do indivíduo e obsessões severas. Além disso, uma característica essencial do transtorno obsessivo-compulsivo é ocupar grande parte do tempo daqueles acometidos pelo distúrbio, podendo esse ser um motivo de desconforto para o próprio indivíduo e, não obstante, para as suas relações interpessoais. Dessa forma, aqueles que possuem a desordem passam a realizar rituais, etapas rígidas e regras fixadas para aliviar os sintomas da ansiedade. Ao não o fazer, as pessoas que desenvolveram o TOC tendem a acreditar que algo cuja natureza é deveras prejudicial pode lhes ocorrer.

O nosso grupo, no entanto, resolveu afunilar a nossa revisão bibliográfica, procurando, dessa maneira, posicionar o enfoque na forma com que esse distúrbio psíquico atua em crianças e adolescentes. O que se pode observar, ao longo da realização deste trabalho integrado, foi que por vezes o TOC se inicia ainda na infância (até mesmo entre os 3 e 4 anos) e, em sua maioria, na adolescência.  Os sintomas obsessivos-compulsivos (SOC), entretanto, são compreendidos, em sua maioria, como “manias”, o que dificulta e atrasa o diagnóstico, que é feito exclusivamente por anamnese Assim, a partir desse procedimento, é avaliada a presença de pensamentos obsessivos, como a preocupação excessiva com a higiene, doenças, simetria, checagem etc. 

Ademais, foi possível observar, ao longo da pesquisa, a presença e junção de todas as disciplinas da grade do semestre. Dessa maneira, conclui-se que o conhecimento é múltiplo e que cada área da ciência possui a sua contribuição em fornecer uma vida com um maior bem-estar social aos indivíduos - nesse caso, proporcionando um tratamento humanizado e especializado para o transtorno obsessivo-compulsivo.

Tentaremos realizar, portanto, uma revisão bibliográfica do tema, mesmo com o desafio de ter um material limitado acerca do assunto, haja vista que muitas vezes assuntos ligados à saúde mental são estigmatizados, menosprezados e até mesmo alvos de piadas - como acontece de forma demasiada com o TOC, visto por vezes como presente em qualquer indivíduo que aprecia simetria. Compreendemos, também, que o campo da Psicologia está ainda em construção e em processo de troca com as demais áreas do conhecimento.

Sem maiores delongas, apresentamos, nas páginas que se seguem, a revisão do material referente ao TOC na infância e na adolescência, na tentativa de compreender as suas causas, consequências e demais peculiaridades.






CONCLUSÃO:
Dado o exposto, é visível que o TOC, apesar de se tratar de um transtorno de alta prevalência e que pode comprometer as várias faces do desenvolvimento de um indivíduo, ainda é tratado de maneira banalizada, o que pode culminar no agravamento dos sintomas causados por este transtorno, principalmente em indivíduos na fase da infância e adolescência. Em virtude do caráter multifatorial do Transtorno Obsessivo-Compulsivo - visto que este sofre influência genética, social e até fisiológica - o tratamento deve ser feito de maneira integrada entre as esferas profissional, familiar e social, com o intuito de potencializar a qualidade de vida dos indivíduos acometidos por este transtorno.



AUTORES:

Alexia Carvalho Meredith
Iana Peixoto de Souza
Iasmin Lara Macedo Borges
Izabela Mororó de Souza
Janine Alaíde G. Lima Feitosa Moreira
Júlio César Nascimento Sol Posto Oliveira 
Kauany Maria Araújo Veras



REFERÊNCIAS:
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